quinta-feira, 31 de maio de 2012

Serendipity

"O sucesso nunca é um acidente. Ele geralmente começa na imaginação, vira um sonho, uma meta a ser perseguida e se transforma num plano de ação - que acaba encontrando uma oportunidade. Não pare no meio do caminho." aconselha Dan Miller em seu livro Segunda-feira nunca mais! (Ver Johnny Cash) Porém, às vezes, trabalhamos com tanto afinco em nossas metas e mesmo assim não saímos do lugar. Parece que o tempo foge de nossos dedos e, independente de toda a nossa dedicação, não conseguimos evoluir, o que nos deixa terrivelmente frustrados.

Por mais que o melhor caminho para alcançar objetivos não seja ficar parado, há momentos em que não  adianta tentar apressar as coisas e  por maior que seja a ansiedade, temos que permitir que tudo ocorra ao seu tempo.

Por que?

Enquanto para alguns casos a solução pode ser se isolar do mundo para encontrar a resposta desejada, para outros a resposta simplesmente pode chegar até você de um modo inesperado, de onde você menos esperaria. E a história da ciência está repleta de casos de descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso, o que é conhecido com serendipismo .

O Serendipismo é um anglicismo que se origina da palavra inglesa Serendipity, criada pelo escritor britânico Horace Walpole em 1754, a partir do conto persa infantil Os três príncipes de Serendip. Esta história de Walpole conta as aventuras de três príncipes do Ceilão, que viviam fazendo descobertas inesperadas, cujos resultados eles não estavam procurando realmente.

Alguns casos famosos

O químico alemão August Kekulé (1829-1896) durante uma noite do ano de 1865, após uma década pesquisando as ligações de moléculas de carbono, adormeceu defronte a lareira sonhando com uma cobra que mordia o próprio rabo, a visão serviu de base para a apreensão da estrutura molecular do hidrocarboneto benzeno. O sonho e a visão serviriam de base não só para o entendimento de como os átomos do anel benzênico se ligavam entre si como de princípio básico da química orgânica e do entendimento das estruturas em anéis, treliças e cadeias formadas pelo carbono.

Ao se preparar para entrar em férias por duas semanas, Alexander Fleming inoculou estafilococos em uma bandeja e, ao invés de colocá-la na incubadora, como normalmente fazia, resolveu deixá-la sobre a bancada. No andar de baixo do laboratório de Fleming trabalhava um perito em bolores que cultivava, entre outros, os esporos de um fungo desconhecido, o Penicillium notatum. Imagina-se que os esporos, muito leves, tenham sido levados pelo vento e estavam flutuando em grande quantidade no ar do laboratório de Fleming, cuja porta sempre ficava aberta. Retornando das férias, e encontrando o laboratório em grande desordem, Fleming começou a fazer uma limpeza geral. Repentinamente, uma das bandejas de estafilococos que estava prestes a ser desinfetada chamou-lhe a atenção. A placa apresentava uma larga zona clara totalmente desprovida de estafilococos, justamente a parte que estava cercada pelo mofo Penicillium. Fleming havia descoberto a penicilina, primeira droga capaz de curar inúmeras infecções bacterianas.

No entanto, vale ressaltar que, em além de não podermos depender exclusivamente da sorte, ainda precisamos nos manter preparados para caso ela ocorra, pois segundo, Louis Pasteur, "O acaso só favorece a mente preparada".

Links:
Accidental discoveries

Filósofos...


Johnny Cash


Para mim, o filme Johnny & June (Walk the line), sobre a vida do falecido cantor Johnny Cash foi inspirador, não apenas por me fazer admirar o cantor também com pessoa (pois eu já o apreciava pelo grande artista que foi), mas por três razões bem específicas.


Em primeiro lugar, por mostrar uma história de amor para a vida toda. Johnny foi casado antes e teve filhos, assim como June Carter (seu grande amor), e mesmo os dois como um casal tiveram seus percalços, mas quando finalmente ficaram juntos, foi literalmente até que a morte os separasse. Além do fato de que Johnny, muito antes de pensar em ser famoso, já ouvia June cantar e acompanhava sua carreira, o que dá um toque ainda mais romântico a história dos dois.

Em segundo, por retratar a busca de Johnny por sua verdadeira vocação e seu percurso com falhas, sucessos, erros e recomeços. Cash tinha um sonho, mas como a maioria de nós, ele precisava pagar as contas e não era nada fácil conciliar a busca pelo que realmente desejava e seu emprego convencional. Superada esta etapa, infelizmente como errare humanum est*, já no auge de sua carreira Johnny errou (e errou feio sendo preso por envolvimento com drogas ilícitas), mas isto não o fez desistir. E voltou a cantar. A coragem que ele mostrou tanto no início de sua trajetória como cantor (e talvez um pouco de egoísmo necessário por não sacrificar seu sonho para manter uma situação estável para sua família), assim como quando retomou sua carreira após sua reabilitação, é certamente um exemplo a ser seguido. Principalmente por mostrar os fracassos por trás do sucesso que como diz Dan Miller em seu livro Segunda-feira nunca mais! são o motivo pelo qual que crescemos e ampliamos nossas fronteiras.

E por último, e mais importante, pela  pergunta, feita pelo dono de uma pequena gravadora em Memphis a Johnny quando ele ainda fazia uma audição na esperança de gravar seu primeiro disco: Se você fosse atropelado por um caminhão, e estivesse deitado no chão, morrendo, e só tivesse tempo para cantar uma música, uma música que permitisse a Deus saber como você se sentiu sobre o seu tempo aqui na Terra. Uma música que mostrasse quem você é. Esta seria a música que você cantaria? Cash apresentava com seus amigos, uma música gospel já conhecida e que eles haviam ensaiado exaustivamente: a opção menos arriscada e também a menos original possível. E somente diante da questão acima, ele decidiu tocar uma música que havia composto e como diria Kant assumir sua maioridade (Ver De quem é a culpa?)




Cabe a nós, então, ajustada a pergunta, indagar a nós mesmos se o que estamos fazendo é o que faríamos caso fosse a última coisa que faríamos na terra. Se a resposta for negativa, provavelmente estamos no caminho errado e precisamos abandonar a escolha segura e agir de acordo com as nossas aspirações por mais arriscado e insano que isto pareça.

*“Errar é humano, e é sábio reconhecer o erro.” Jerônimo (347-419)



Links:

quarta-feira, 30 de maio de 2012

O amor é racional?


No artigo, O amor é racional? publicado na Revista Vida Simples, Eugênio Mussak defende a opinião de que a lógica pode colaborar com o amor e cita a frase do psiquiatra Paulo Gaudêncio: “A felicidade acontece quando a razão e a emoção se encontram na realização de uma atividade prazerosa”. Sendo assim, por que não combinar a razão e emoção no amor?

Neste contexto, Mussak introduz o conceito de “intenção”, como uma proposta de um ato ou movimento em direção a um objetivo e afirma que a vida de uma pessoa é cheia de intenções, boas ou más, porém que só apresentam resultados quando viram ações. Assim sob esta nova perspectiva, ele expõe a conclusão de que a falta de boas intenções pode ter o mesmo poder destrutivo que a existência das más intenções.

Então, uma relação de sucesso deverá ser baseada em amor, intenção e ação. Onde o que a razão deve providenciar uma coleção de pequenos atos que, somados, dêem valor à relação e garantam sua longevidade. De acordo com Mussak, a rotina que mata o amor, não é a rotina das ações do dia-a-dia, mas sim a rotina do que não se faz, como a declaração de amor que deixa de ser feita e o sorriso que passa a ser sonegado.

Em resumo, o amor não se sustenta sem que haja a intenção de amar e sem pequenas, mas constantes, ações de alegrar o outro com sua presença. Então, se for para ter um relacionamento que este seja infinito enquanto dure, como disse Vinicius de Moraes, pois se você não tiver a intenção de que ele o seja, serão maiores as chances que ele não dure mesmo.



Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

De quem é a culpa?

Quem nunca achou o seu dia-a-dia um pouco sem graça e desejou uma vida digna de cinema que atire a primeira pedra. (Ver Obras de ficção, são má influência?) Porém, mais do que almejar uma vida repleta de aventura e romance como nos filmes e livros, talvez o que desejamos mesmo seja um roteiro que defina como agir para alcançar nossos objetivos.


O artigo Assuma suas culpas para ganhar liberdade e viver melhor trata a situação de transferência de responsabilidade, onde de acordo com a filósofa americana Marietta McCarty, nos sentimos aliviados ao transferir responsabilidades para os outros, assumindo que se a culpa é do outro, então não temos nada a fazer a respeito. Porém, ela destaca, dessa forma acabamos nos isentando não apenas da culpa, mas da capacidade de lidar com ela.

"Se eu tenho um livro que me faz as vezes de entendimento e se tenho um médico que decide por mim sobre meu regime, não preciso me preocupar", escreveu o filósofo Immanuel Kant, que defendia que o “Esclarecimento é à saída do homem de sua menoridade, da qual ele mesmo é o responsável”. Segundo Kant o homem está em estado de infância quando não é capaz ou não quer dirigir a si mesmo.

Para Kant, a preguiça e a covardia, são as grandes culpadas pelo comodismo de atribuir a culpa aos outros quando as coisas não vão bem. De acordo como o filósofo. é cômodo cumprir o que o outro manda, pois se não der certo, a responsabilidade é de quem mandou fazer assim. Portanto, é cômodo ser dependente e bem mais difícil ser independente e responsável.


Assim, para termos uma vida mais plena, é preciso sair desse estado de infância e assumir responsabilidades. E para isto, de acordo com Kant, é necessário “Ter coragem de fazer uso do próprio entendimento”.


Links:
Depósito do Calvin
Frases de Homer Simpson
Universidade Aberta do Piauí - Filosofia 

Você é popular?


Nos dias atuais, em que muitas vezes a quantidade substitui a qualidade, a resposta mais rápida e fácil para a pergunta acima envolve a comparação de números de relacionamentos em alguma mídia social (amigos no facebook, seguidores no twiter e assim por diante). Porém e se tomarmos como referência o conceito de popular apresentado no livro Como ser popular de Meg Cabot: como pessoa de quem os outros gostam ou a quem apreciam?

O livro mencionado trata deste tema muito presente não apenas na adolescência, que é a preocupação em ser popular, mesmo que isto signifique aparentar ser alguém que você não é e manter uma boa opinião alheia sobre você, ocultando os seus pontos de vista e/ou personalidade.

Na trama de Meg Cabot, uma garota de 16 anos, Steph, excluída na escola (sofre com o famoso bullying) encontra um livro com dicas para torná-la popular e decide segui-las. Os conselhos que Steph passa a conhecer não são muito diferentes dos que podemos encontrar em qualquer dos muitos livros de auto-ajuda disponíveis nas livrarias (como o livro Como conquistar as pessoas de Allan e Barbara Pease ), porém independente disto, ao seguir estas dicas, a garota é obrigada a sair de sua zona de conforto e se expor, compartilhar suas idéias e confrontar todos aqueles que debochavam dela. Em suma, independente dos conselhos sobre popularidade, o que fez a diferença foi a atitude dela de encarar os problemas ao invés de se esconder deles.

Outra questão importante sobre a popularidade retratada no livro é acabar se afastando dos seus verdadeiros amigos (aqueles que o conhecem bem e gostam de você apesar dos seus defeitos) na  sua busca por amizades superficiais, as vez baseadas exclusivamente em status e aparências. Afinal, quantidade não substitui qualidade e portanto mais importante que conseguir novos amigos, é manter os bons amigos que você já tem.


Mas, afinal, ser popular, é bom?

De acordo com o filósofo Michel de Montaigne a fama (ou popularidade) e a tranqüilidade nunca caminham juntas, já que a tranquilidade depende do desprendimento em relação a opinião dos outros e se buscamos fama, iremos justamente almejar o oposto: obter a opinião favorável dos outros.

Mesmo na narrativa de Cabot, há uma afirmação no início do livro de que todos querem ser populares, porque isto significa ser querido por todos, porém ao final são listadas algumas opiniões contrárias a popularidade, como a do famoso presidente Abraham Lincoln“Evite a popularidade se quiser ter um pouco de paz.”

Em resumo, como acredito que seja mais importante ser você mesmo do que ser alguém popular, acho que a popularidade só poderá ser boa se ocorrer naturalmente, ou seja, se ela for uma efeito colateral e não um objetivo a ser alcançado.

Links:
Leitoras Anônimas - Como ser popular 
Lendo - Como conquistar pessoas 
Frases Séries - Você precisa de novos amigos, Cas

terça-feira, 29 de maio de 2012

Pirâmide do Sistema Capitalista


Literalmente...


Antes de morrer, eu quero...



O que você quer fazer antes de morrer?


Está é a pergunta central do projeto Before I die I want to... que visa levar as pessoas a pensar e cumprir seus objetivos de vida.

Conforme site do projeto, este foi inspirado em uma combinação de fatores:
(1) a "morte" das câmeras Polaroid,
(2) uma ferramenta dos psicólogos chamada contratos de segurança, e
(3) um desejo de levar as pessoas a pensar (e agir) sobre o que realmente é importante em suas vidas através desta pergunta simples e direta.

Contratos de segurança?

Os contratos de segurança são uma ferramenta utilizada por psicólogos no tratamento de pacientes suicidas. Quando psicólogos encontram alguém com tendências suicidas, pedem para que este lhes dê a sua palavra de que não irá machucar a si mesmo até a ajuda chegar, e muitas vezes a vítima em potencial vai optar por permanecer viva baseada nesta promessa. Essa conexão humana de fazer uma promessa a alguém e compreender que alguém se importa é a sua motivação para se manter seguro.

Embora esse seja um exemplo extremo, de acordo com as autoras do projeto, as americanas Nicole Kenney e KS Rives, elas estão esperando que projeto Before I die I want to...  funcione da mesma maneira. Ao pedir às pessoas que declarem em voz alta ou  escrevam algo que elas querem fazer antes de morrer, sabendo que isto será verificado, as autoras acreditam que isso vai aumentar significativamente a motivação das pessoas entrevistadas em realizar seu objetivo.

Em geral, costumamos acreditar que temos tempo para realizar tudo o que desejamos e deixamos perguntas como esta de lado. Mas e se soubéssemos que vamos morrer amanhã, ou em um mês, ou em um ano, o que faríamos?

Provavelmente  viveríamos mais intensamente e daríamos prioridade aos nossos sonhos, principalmente porque não teríamos mais que nos preocupar com o futuro. Mas como não sabemos o quanto tempo ainda temos, o jeito é não negligenciar o futuro e nem adiar nossos sonhos indefinidamente.


Um dos lugares que eu queria visitar antes de morrer era Machu Picchu, para onde eu fui em 2010.
E você, o que você quer?



Fontes:
Before I die I want to 
Revista Vida Simples - Antes de morrer eu quero

Precisamos de mais Mafaldas


Segue a definição do escritor e filósofo Umberto Eco para Mafalda, personagem criada há 50 anos pelo cartunista argentino Joaquín Salvador Lavado, conhecido como Quino:

"Uma heroína que rejeita o mundo assim como ele é. Ela vive em um contínuo diálogo com o mundo adulto, mundo que não estima, não respeita, humilha e rejeita reivindicando o seu direito de continuar sendo uma menina que não quer se responsabilizar por um universo adulterado pelos pais. Em matéria de política, ela tem idéias muito confusas, não consegue entender o que acontece no Vietnã, não sabe porque existem os pobres, não confia no Estado e a presença dos chineses a preocupa. Só uma coisa ela sabe claramente: ela não se conforma. Na Mafalda vemos refletidas as tendências de uma juventude irriquieta, que assume o aspecto paradoxal de uma desaprovação infantil, de um eczema psicológico da reação aos meios de comunicação de massa, de uma urticária moral causada pela lógica dos blocos, de uma asma intelectual originada por fungos atômicos." 

Sendo a Mafalda este grande exemplo de não-conformismo, definitivamente precisamos de mais pessoas como ela.


Fontes:
Mafalda - A história: Umberto Eco
ClicRBS/Chapecó - Mafalda, do cartunista Quino, completa 50 anos nesta quinta-feira

Vida de gado

Aproveitando que dia 08 de junho haverá o show do Zé Ramalho, dia 08 de junho no Joinville Square Garden  (venda de ingressos), gostaria de falar de uma música, muito boa, deste cantor: Admirável Gado Novo.




Conforme o artigo A Denúncia Social na Música Admirável Gado Novo de Zé Ramalho: Os Mecanismos Massivos de Alienação Zé Ramalho compôs “Admirável Gado Novo” numa clara referência ao romance de ficção científica de Aldous HuxleyAdmirável Mundo Novo”, escrito em 1932, este romance descreve uma sociedade hipotética do futuro onde as pessoas são pré-condicionadas a viverem em harmonia com as leis e ordens sociais sem possibilidade de contestação e senso crítico. Ou seja, uma sociedade controlada, condicionada a viver em uma ordem estabelecida através do conformismo.

Assim sendo, não haveria um ser melhor para representar a submissão e o conformismo do que o gado, que se deixa ordenhar, direcionar e guiar pelos seus “donos”. Em termos sociais, temos não só no Brasil, mas em todo o mundo, uma massa que é manipulada pelas grandes mídias, enquanto é guiada a caminhos que desconhece totalmente, pois sob a justificativa de fugir dos problemas, acaba fugindo da realidade e adentrando num estado de alienação e descomprometimento social.

E a antiga tática romana do “Pão e Circo” é reinventada, através de programas assistencialistas que acarretam um enorme conformismo, além de muitas vezes serem usados como instrumento de promoção política, aliados a mídia televisiva e fonográfica que, a pretexto de entreter, acaba por maquiar, esconder ou até deturpar a realidade, usando como instrumento a massificação dos seus produtos, onde a qualidade quase sempre é sacrificada em nome do rendimento financeiro.

Enfim, segundo o artigo, esta música trata-se é uma obra rica, de densidade social muito forte e que serve como alerta para que o “povo feliz” e “marcado” deixe de ter uma “vida de gado”.


Links:
Comentários sobre o conceito de filosofia


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Se você não sabe onde ir, qualquer lugar serve





Há algum tempo eu assisti uma palestra incrível na UDESC do Diego Bitencourt Contezini da empresa Informant, daquelas que você sai querendo mudar o mundo.

Já no início, ele quebrou o paradigma sobre "ser empreendedor", dizendo que todos somos (nada de usar a velha desculpa: "mas eu não sou empreendedor" ou "eu não sou criativo") e estabeleceu três itens principais que podem determinar o nosso sucesso:

- Visão Pessoal: investir em algo no qual realmente acreditamos. O velho é bom: trabalhar com o que gosta e não somente pelo dinheiro, independente de termos um emprego ou o nosso próprio negócio.

- Escreva: colocar no papel o que queremos torna o desejo real e aumento nosso compromisso e responsabilidade de realizá-lo.

- Comece hoje, agora: não adie, não deixe o seu sonho para depois. Cada passo executado, por menor que seja, proporciona a sensação de movimento e que você está mais perto do seu objetivo, e isto o motivará a prosseguir.

Só isto?

Definido seu objetivo (ser o novo Steve Jobs, ou ter sua própria confeitaria), você vai precisar estipular metas, ou seja definir os passos para chegar onde deseja.

E a sugestão do palestrante foi utilizar o método SMART. Este método de se criar metas, possui apenas 5 passos.

Specific (Específica): necessário definir com clareza, não pode ser algo genérico.


Mensurable (Mensurável): deve ser algo que pode ser medido, em termos de tempo, quantidade, percentual, litros, metros, quilogramas...


Attainable (Alcançável): tem que ser alcançável, não pode ser algo extremamente difícil, acima da capacidade ou das competências do indivíduo, caso contrário ela desmotiva e/ou gera um estresse excessivo. É importante definir objetivos compatíveis com nossa realidade. Se o que você quer não faz parte de sua realidade, crie metas para chegar até lá.

Relevant (Relevante):  deve estar ligada ao seu propósito de vida. Metas que o levem ao sentimento de realização.

Time-Based (Temporal): deve ser definida temporalmente na linha do tempo, toda meta deve ter um prazo para ser cumprida.



Links:

Geogente - Metas SMART: transformando sonhos em realidade

Instituto Vencer - Criando META S.M.A.R.T

Coachingsp - Ferramentas de Coaching

Meta Smart - Aprenda a definir suas metas

Slide Share - Criando uma meta

Empresas feitas para vencer (facebook) 

Espaco de ideias consultoria - Empresas feitas para vencer 

Jim Collins - autor de Empresas feitas para vencer


Dichos Populares


Os provérbios e ditados populares constituem parte importante de cada cultura e são ótimos exemplos da "voz do povo" mencionada na postagem anterior.

Assim, seguem então, alguns dichos populares compartilhados pela escola de idiomas Planeta Idiomas:


Contigo, pan y cebolla. – Quando estamos com a pessoa amada, a comida e o dinheiro não são importantes.

Allí adonde fueres, haz lo que vieres. – Aja de acordo com os costumes locais.

Boquerón que se duerme, se lo lleva la corriente. – Bobeou, dançou!

Aunque la mona se vista de seda, mona se queda. – O hábito não faz o monge.

Al que quiera saber: poco y al revés. – Usado para dizer que a alguém que quer saber algo não por curiosidade, mas para fazer fofoca, é indicado contar “pouco e ao contrário”.

A voz do povo, a voz de Deus?


         Laerte      
Vox populi, vox dei

No artigo A Voz do Povo é a Voz de Deus? de Joaquina Pires-O’Brien, a autora  fala sobre a expressão ‘a voz do povo é a voz de Deus’, oriunda do latim ‘vox populi, vox dei’ e menciona a opinião de alguns nomes conhecidos sobre esta máxima.

Tito Lívio (59 BCE – 17 AD) repudiou a expressão ‘vox populi, vox dei’ ao comentar a escolha dos tribunos, servidores da república oriundos da plebe e encarregados de manter a paz, através da aclamação popular.

Nicolau Machiavelli (1469-1527), sublinha a importância da relação entre opinião pública e poder, e de manter a aparência de virtuosidade perante o público ignorante. Um dos conselhos de Machiavelli, em seu livro O Príncipe, aos que desejam segurar o poder é dar poder ao povo, cuja voz seria mais constante e mais sábia do que a voz dos príncipes.

Jean-Jacques Rousseau, o influenciador da Revolução Francesa, proclamou o direito do povo de se rebelar contra a tirania do monarca atendendo à voz da natureza dentro de cada um de nós no seu livro O Contrato Social, porém reconheceu que o povo podia ser enganado a decidir erradamente contra o bem comum. Para Rousseau tudo o que é decidido pelo desejo comum está correto por tender às vantagens do povo.

Conforme o artigo, na moderna democracia a voz do povo é traduzida pela eleição, na qual ganha poder quem tem o apoio da maioria. O processo da eleição não é infalível, mas mesmo assim serve para legitimar a resolução tomada. A autora também pondera que reconhecer que o comportamento de turba e outros tipos de violência fazem parte da nossa natureza não significa que a sociedade deva aceitá-los, pois a mesma seleção natural que moldou na nossa mente a capacidade de responder inconscientemente a situações também moldou a capacidade de controlar nosso instinto de agressão sempre que o mesmo vem à tona como uma reação de reflexo instantâneo.

Origem

Câmara Cascudo, em Superstição no Brasil , nos esclarece a origem do ditado ‘a voz do povo é a voz de Deus’. Das várias crenças de adivinhações conhecidas no folclore brasileiro, para saber o nome do futuro marido ou da futura mulher, por exemplo, uma delas é colocar uma moeda na fogueira e, pela manhã, retirá-la do braseiro. Em seguida, dá-se esmola ao primeiro pedinte. O nome do mendigo será o nome do futuro noivo. Outra superstição é a de pôr-se água na boca e esconder-se atrás de uma porta. O primeiro nome ouvido será o do futuro cônjuge.

A curiosidade é que este hábito não é apenas brasileiro, mas tem origem européia. As pessoas consultavam o deus Hermes, na cidade grega de Acaia, e faziam uma pergunta ao ouvido do ídolo. Depois o crente cobria a cabeça com um manto e saía à rua. As primeiras palavras que ele ouvisse eram a resposta a sua dúvida. Assim, a voz do povo, a voz de Deus.

Links:
Portal São Francisco - Ditados populares

domingo, 27 de maio de 2012

Cogito, ergo sum

Filosofia, em poucas palavras...




























Se não penso, não existo?

Salvo raras exceções, somos condicionados desde o ensino fundamental ao superior a aceitar informações sem questioná-las e buscar respostas prontas ao invés de pensar por nós mesmos. Como podemos mudar isto?


*O título da postagem refere-se a famosa frase de René Descartes: ''Penso, logo existo''.




E por que não uma música para pensar?


"Eu, eu percebo que a cada respiração
Eu tenho só a minha mente

O norte é para o sul o que o relógio é para o tempo
Há leste e há oeste e há vida por toda parte
Eu sei que nasci e eu sei que morrerei
O entre essas duas coisas, é meu
Eu sou meu"






Links:

sábado, 26 de maio de 2012

Budismo?!

Budismo, em poucas palavras...


Filosofia ou uma religião?


Siddartha Gautama é reverenciado pelos budistas por sua sabedoria, mas não era um messias ou profeta. Ele chegou a suas idéias por meio da reflexão, e não de revelação divina, e é isso que marca o budismo como uma filosofia tanto quanto (ou talvez mais) uma religião. Sua busca foi filosófica – para descobrir as verdades – e ele sustentava que as verdades que propunha estavam disponíveis para todos pelo poder da razão.  










Fontes:

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Seja simples


Inspirar, essa é a função dos heróis



O artigo Crie a sua própria fruta  publicado na Revista Você S.A. aborda o tema do fascínio humano por ídolos, desde os heróis do mitos na Antiguidade (Ulisses, Hércules, Davi) até o visionário Steve Jobs, ressaltando que usar personagens como referência é útil para criar novas possibilidades e obter inspiração, porém sem esquecer-se de ser você mesmo, com seus valores e conquistas pessoais.

O autor ainda nos lembra que Jobs foi único, porém cada pessoa, a seu modo, também é e se Jobs criou a marca da maçã, você pode criar sua própria fruta.

Para completar um texto tão motivador, só mesmo o conselho de Sidarta Gautama , mencionado no artigo já que Jobs era budista: “Medite, viva puramente, seja simples, faça seu trabalho com maestria. E, como a Lua, saia de trás das nuvens e brilhe”.



Links:
30 novas carreiras encontre sua aqui
SuperInteressante - Budismo: Remédio para dor

Quais as suas melhores lembranças?

E se o paraíso fosse um lugar onde você revive os melhores momentos de sua vida?

No episódio Dark side of the moon de Supernatural, é apresentada uma versão do céu composta pelas lembranças felizes da vida de cada pessoa. E o mais interessante desta abordagem é o quanto estes momentos memoráveis revelam sobre quem recorda deles. No céu, após sua morte, Dean (o irmão mais velho) lembra-se de soltar fogos de artifício com Sam (seu irmão mais novo) quando este ainda era criança (uma das minhas cenas favoritas de todo o seriado) e de sua mãe lhe preparar um sanduíche quando ele deveria ter cerca de quatro anos, enquanto as lembranças de Sam excluem sua família, como passar o Dia de Ação de Graças com estranhos (a família de uma namorada sua da adolescência) e um período em que fugiu de casa e teve um cachorro.


Vídeo disponível no Youtube: Supernatural "Dark side of the moon" - Fireworks clip
No copyright infringement intended.

Então, me pergunto se de repente eu acordasse ouvindo “Knockin’ On Heaven’s Door”, quais seriam as minha lembranças?

E você, que momentos você reviveria no céu?

Links:
10 Melhores Momentos Musicais de Supernatural
Supernatural - Simple Man
Supernatural Official Site
IGN - Supernatural: "Dark Side of the Moon" Review
NA tv - Supernatural – 05×16 – Dark Side of the Moon
Supernatural Confessions

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Obras de ficção, são má influência?


Obras de ficção, como livros e filmes podem ser prejudiciais por inspirar desejos que não podemos realizar?

Segundo artigo "Os romances prejudicam a vida amorosa das mulheres?" publicado na Revista Época (baseado em um artigo publicado na Journal of Family Planning and Reproductive Health Care), a leitura de romances água com açúcar – como os escritos pelas autoras Meg Cabot, por exemplo – pode gerar problemas de relacionamento, criar expectativas irreais sobre sexo e levar a relações sexuais sem camisinha e a gravidez indesejada.

Admito que obras de ficção já me inspiraram esperanças irreais com relação a vida e ao amor, mas "levar a relações sexuais sem camisinha e a gravidez indesejada." soa um pouco exagerado, não? Digamos que "esquecer da camisinha em nome do romance", conforme mencionado no artigo, tem muito mais a ver com falta de informação e discernimento do que com a leitura de romances.

Porém, como eu adoro contos de fadas, livros, filmes, seriados fantasiosos e sou uma defensora de realidades idealizadas: amores perfeitos, recompensa aos bons e punição aos maus e assim por diante, justamente por isto sou um exemplo vivo de como você pode acabar frustado por ter expectativas elevadas demais. Matar aula nunca foi tão memorável como em Curtindo a vida adoidado e como aos treze anos o meu romance ideal era o de Jack e Rose do Titanic é fácil de imaginar o quanto minha uma vida amorosa foi decepcionante durante a adolescência. Sem mencionar que a profissão perfeita para mim deveria ser algo entre arqueóloga (no estilo Indiana Jones) e caçadora de fantasmas (como em Supernatural).

Mas discernir entre a realidade e idealização faz parte do crescimento (apesar de secretamente eu ainda sonhar em vagar pelo mundo investigando mistérios arqueológicos e/ou sobrenaturais ), e na minha opinião, este processo começa na infância com descobertas como a de que não existe Papai Noel. E como adultos, nada mais justo que escolher acreditar numa doce mentira a uma verdade amarga (frase do mangá Rurouni Kenshin  criada por Nobuhiro Watsuki).

Papai Noel não existe, mas eu não sei ler, então está ok. 


Opiniões divergentes

Como todo mundo tem direito a ter a sua opinião, eu também tenho a minha, então abaixo estão duas opiniões, uma que eu apoio e outra que sou totalmente contrária.


Ajudar animais: Apoiado!

Em primeiro lugar, eu apoio o direito dos animais, apesar de não ser vegetariana (um dia eu chego lá!).
E se um animal está com fome, frio, dor, ou sem um lar (já que animais domésticos não tem um habitat para retornar), e eu posso ajudar, por que não?







Submissão feminina: Não, obrigada!


Acredito em companheirismo, diálogo e em entender e respeitar  diferenças, não em submissão, em nenhuma relação.

Porém, apoio Voltaire (se foi ele mesmo que disse):

"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las." 


Links:

Antropocentrismo x Ecocentrismo
Agência de Notícias de Direitos Animais
Declaração Universal dos Direitos dos Animais (APASFA)
Adote Bicho - Ed

O que você quer ser quando crescer?



Vídeo muito bom, e bem interessante para motivar o resto da semana, do mês, do ano...

Por que Má Influência?



Para começar, o que é influência?

Através dos sinônimos disponíveis no dicionário, podemos dizer que influência é uma sugestão ou inspiração. E uma análise por este ângulo, indica que basicamente tudo pode exercer influência sobre alguém ou sobre determinada situação. Um exemplo óbvio de influência é a televisão com seus programas e propagandas que sugerem desde o que comer e vestir, até como tocar nossa vida e o que esperar de nossos relacionamentos. Porém como são tantas as influências sobre nós, a maior parte passa despercebida.

Há quem acredite na influência dos astros (e neste caso, estou falando do horóscopo e não da influência da lua nas marés, ou coisa assim), há quem lute contra as imposições da mídia e principalmente há quem censure (pais, educadores, países ditatoriais...) músicas, filmes, jogos, sites e assim por diante, por julgar se tratarem de má influência. E, no final, quase tudo se resume a uma questão de opinião, porque o que é considerado impróprio para um, pode ser recomendado por outro e vice-versa (porém algumas questões que envolvem o certo e o errado, em termos éticos e morais, não podem ser tratadas como opinião, como, por exemplo, a aliciação de menores).

E opinião, o que é?

Solicitada ou não, a opinião expressa, de acordo com o dicionário, um parecer/modo de ver/suposição de alguém ou de um grupo sobre determinado assunto. E apesar das controvérsias, uma opinião é pessoal e intransferível, afinal, mesmo pertencendo a um grupo, cada indivíduo necessariamente tem a sua própria opinião (mesmo que não a compartilhe com ninguém) e pode mudá-la ou abandoná-la independente dos demais. E como uma opinião não é imutável, ou pelo menos não deveria ser (ou já não seria mais uma opinião e sim um dogma, ou algo assim), ela pode ser reforçada ou abalada pelas diversas influências que sofremos do meio em que estamos inseridos.

E daí?

Ultimamente, as opiniões se espalham muito mais facilmente que nas décadas anteriores (principalmente através da internet e seus blogs, redes sociais, twitter...), e assim como cada indivíduo tem o direito de emitir a sua opinião (ou pelo menos deveria, independente da sua opinião ser politicamente correta ou não), é dever de todos analisar toda a informação que recebe e ignorar o que achar impróprio ou infundado. Ou seja, basicamente, cada pessoa deveria formar a sua própria opinião e não somente assumir a opinião de outra pessoa, de modo que esta seria a melhor maneira de tratar os maus exemplos (ou más influências): instigar o indivíduo a pensar (crianças, jovens e adultos) e ser responsável pelas suas opiniões e seus atos (e se as pessoas parassem de tentar impor suas opiniões aos outros sem a menor intenção de respeitar uma posição contrária sua também seria bom).

Conceitos:

Influência. Do latim influentia,ae. 1. Ação de uma pessoa ou de uma coisa sobre outra. 2. Fig. Hegemonia exercida por alguém sobre outrem; ascendência, poder: homem de grande influência. 3. Fig. Prestígio, crédito: não tinha nenhuma influência no ministério. 

Opinião. Do latim "opinio". É a formulação de um juízo sobre determinado objeto. Pode ser privada ou pública. A primeira é um fenômeno psicológico; a segunda, um fenômeno psico-social. 

Dogma. Uma crença que é tida como inexpugnável ao argumento e à experiência. Exemplo: as assim chamadas verdades reveladas da religião. Diferença entre dogma e tautologia: as tautologias são passivas de prova. Diferença entre dogma e postulado: os postulados são passiveis de verificação por meio de suas consequências. Se estas forem falsas, os postulados que as implicam logicamente ficam refutados. 

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