quarta-feira, 30 de maio de 2012

O amor é racional?


No artigo, O amor é racional? publicado na Revista Vida Simples, Eugênio Mussak defende a opinião de que a lógica pode colaborar com o amor e cita a frase do psiquiatra Paulo Gaudêncio: “A felicidade acontece quando a razão e a emoção se encontram na realização de uma atividade prazerosa”. Sendo assim, por que não combinar a razão e emoção no amor?

Neste contexto, Mussak introduz o conceito de “intenção”, como uma proposta de um ato ou movimento em direção a um objetivo e afirma que a vida de uma pessoa é cheia de intenções, boas ou más, porém que só apresentam resultados quando viram ações. Assim sob esta nova perspectiva, ele expõe a conclusão de que a falta de boas intenções pode ter o mesmo poder destrutivo que a existência das más intenções.

Então, uma relação de sucesso deverá ser baseada em amor, intenção e ação. Onde o que a razão deve providenciar uma coleção de pequenos atos que, somados, dêem valor à relação e garantam sua longevidade. De acordo com Mussak, a rotina que mata o amor, não é a rotina das ações do dia-a-dia, mas sim a rotina do que não se faz, como a declaração de amor que deixa de ser feita e o sorriso que passa a ser sonegado.

Em resumo, o amor não se sustenta sem que haja a intenção de amar e sem pequenas, mas constantes, ações de alegrar o outro com sua presença. Então, se for para ter um relacionamento que este seja infinito enquanto dure, como disse Vinicius de Moraes, pois se você não tiver a intenção de que ele o seja, serão maiores as chances que ele não dure mesmo.



Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

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