quarta-feira, 6 de junho de 2012

E agora, para onde?


A vida é feita de escolhas, algumas pequenas, outras maiores, mas qualquer uma delas abre um novo leque de possibilidades (Ver Os pequenos detalhes fazem diferença?), como se estivéssemos em uma encruzilhada onde devêssemos decidir qual caminho seguir (ou talvez preferir um pacto para cortar caminho, mas isto implica, em geral, em consequências desagradáveis à longo prazo.)  Porém, quantas dessas escolhas são feitas inteiramente por nós mesmos? Somos influenciados o tempo todo, desde que nascemos (pela mídia, pela sociedade, pela família e amigos), tanto com a relação ao que devemos querer, quanto sobre o que devemos fazer.

Em alguns casos, nossas alternativas são reduzidas pela falta de recursos ou pelo local em que moramos, em outras ocasiões, é a pressão da sociedade e/ou família que reduz as nossas possibilidades. E quantas vezes optamos pelo caminho que nos foi indicado, acreditando que este seja o único, o melhor ou o mais seguro?

Alguns conceitos simplesmente fazem parte da nossa vida, sem que nunca tenhamos nos perguntado o por quê, eles apenas estão ali. Como disse Descartes, é necessário ao menos uma vez na vida duvidar de todas as coisas (Ver Cogito, ergo sum) e como Sócrates formular várias perguntas até encontrar o âmago da questão (Ver Sócrates, em poucas palavras).Como nesta história sobre o pescador e o empresário:

Um rico empresário foi passar suas férias numa praia da Bahia. Chegando lá, encontrou-se com um homem simples da localidade que, deitado em sua rede, tranqüilamente fritava um saboroso peixe próximo à beira da praia. O empresário, muito empreendedor logo começou a travar uma conversa amistosa com aquele morador da localidade:
- Bom dia, amigo. O que você está fazendo?
- Bom dia. Bem, como você mesmo pode ver, estou assando este saboroso peixe.
- Como você o conseguiu?
- Gosto de pescar.
- E você pesca bastante?
- O suficiente para mim e minha família.
- Mas, porque você não pesca mais?
- Pra que?
- Bem, se você pescar mais, poderia vender o peixe para outras pessoas e ganhar dinheiro.
- Pra que?
- Se você ganhar mais dinheiro, poderia adquirir um barco e pescar em águas mais profundas.
- Pra que?
- Você aumentaria sua produção e venderia ainda mais, ganhando mais dinheiro.
- Pra que?
- Você poderia então comprar um outro barco, contratar um empregado e colocá-lo para pescar junto com você.
- Pra que?
- Com dois barcos sua produção poderia aumentar ainda mais. 
- Pra que?
- Ora pra que? Pra você ficar rico!
- Pra que?
- Pra você gozar a vida!
Neste momento, o homem simples olhou para o rico empresário e disse:
- Meu amigo. E o que você acha que estou fazendo aqui?
O fato é que um homem simples pode gozar a vida mesmo sem ser rico.

Então, será que se analisarmos algumas escolhas mais profundamente, não iremos chegar a uma resposta típica de adolescentes: "Eu faço, porque todo mundo faz."? Será que não escolhemos alguns caminhos, apenas porque todos esperam isto de nós?

Fonte: Mulher de 30

O filme Na natureza selvagem (há o livro também) retrata a história de um jovem que condenava os valores consumistas da nossa sociedade e opta por uma vida mais livre e verdadeira, através uma longa viagem, com destino final no Alasca. A história é ótima (A trilha sonora é magnífica!) e nos ajuda a lembrar que não precisamos viver a nossa vida exatamente do modo como os outros esperam, além de ressaltar como os bens materiais (dinheiro, carro, computador...) devem sempre ser um meio para nossos objetivos e não o nosso objetivo final.


Links:
Por acaso - Última foto de Christopher Mcandless
Verdadeiras riquezas - Ficar rico

Nenhum comentário:

Postar um comentário