segunda-feira, 2 de julho de 2012

11 11 11

Ontem assisti ao filme 11 11 11. Um ótimo suspense (quase me matou de medo!) que traz um alerta sobre três armadilhas nas quais somos facilmente apanhados.

A primeira delas é a "apofenia", a tendência humana de encontrar sentido ou padrões em dados que ocorrem aleatoriamente. Em outras palavras, o perigo, bastante comum, de enxergarmos aquilo que queremos ver. Por exemplo, se você acredita em fantasmas e está em uma casa que acha ser mal-assombrada, você tomará qualquer ruído ou acontecimento estranho como prova de atividade sobrenatural. Outro situação de apofenia são adolescentes apaixonadas que vêem todo o tipo de atitude da pessoa alvo de sua paiixão como um sinal de que são correspondidas.


A segunda armadilha são os lobos em pele de cordeiro. Conforme a fábula, um lobo se disfarçou com uma pele coberta de lã e assim conseguiu entrar no rebanho de ovelhas. Fingindo ser uma delas, ele aproveitou para devorar as inocentes e desprevenidas vítimas. Do mesmo modo, o filme retrata como podemos ser enganados pelas aparências e que mesmo aqueles nos quais mais confiamos podem não ser exatamente o que parecem.

E por fim, temos a busca de um propósito. Se não todos, mas ao menos a grande maioria de nós, busca um objetivo maior para a sua vida, algo ao qual possamos nos dedicar e que nos proporcione um sentimento de realização e dever cumprido. O perigo aqui está em se deixar cegar tanto tentando achar este propósito quanto depois de encontrá-lo.

Às vezes, queremos tanto algo para nos guiar, que podemos nos apegar a uma ideia que nos foi sugerida sem nos preocupar em antes encontrar sua verdadeira natureza e compará-la aos nossos próprios princípios. Digamos que no ambiente em que estamos inseridos, entende-se realização como ser bem sucedido na carreira, deste modo, podemos acabar acreditando que este é o caminho a seguir, sem avaliar o que isto realmente significa e o quanto isto está de acordo com quem somos ou desejamos ser.

Além disto, depois que estabelecemos uma meta, o grande risco é o fanatismo. Quando agimos por uma causa, a tendência é termos nosso julgamento afetado e deixarmos de ser parciais (Ver Posturas radicais). E nesta situação, a melhor estratégia poderia ser contrariar a máxima de Maquiavel de que os fins justificam os meios, considerando que para manter o equilíbrio, não podemos usar nossa meta como justificativa para nossas ações. Não podemos agir por impulso para alcançar o que desejamos - precisamos buscar o melhor modo de fazer o que é necessário e sempre enxergar as diversas possibilidades de cada cenário (Ver Diferentes possibilidades) e não escolher o caminho mais óbvio sob a desculpa: 'eu fiz o que precisava ser feito'.


Links:
Fernando Dannemann - Recanto das letras


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