sexta-feira, 1 de junho de 2012

Fugit irreparabile tempus



Para Albert Einstein, o tempo é relativo e não pode ser medido exatamente do mesmo modo e por toda a parte. Enquanto esperamos parece que o tempo não passa, porém em geral os anos sempre aparentam ter passado depressa demais. E os dois filmes O Homem do Futuro  e 2 Coelhos trazem visões bem interessantes sobre este assunto.

Em O Homem do Futuro, Zero, um cientista brilhante, acredita ser infeliz por algo que ocorreu há 20 anos. Ao tentar criar uma forma revolucionária de energia, ele volta acidentalmente ao passado e se vê diante da chance de encontrar a si mesmo e "corrigir" os erros de sua própria vida. Porém, mudar o passado não sai como ele planejara e cada interferência dele acaba apenas piorando as coisas, basicamente no mesmo estilo do filme Efeito Borboleta.

A grande diferença aqui, é a mensagem que o filme passa, de que para corrigir erros não precisamos mudar o que aconteceu, e principalmente se mudássemos, não seríamos mais quem somos. Afinal, foram as vitórias e derrotas pelas quais passamos que moldaram quem somos hoje e temos que usar o que aprendemos com nossas experiências para fazer a diferença hoje e então, finalmente conquistarmos o que queremos.

E nenhuma música poderia representar melhor esta ideia, do que a escolhida como tema para o filme, Tempo Perdido - Legião Urbana:

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...


Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...

Com disse o poeta romano Virgílio,  o tempo foge irreversivelmente, independente do que façamos, porém isto não significa necessariamente que não haverá tempos para realizarmos tudo o que desejamos. Ou seja, podemos escolher como usar nosso tempo e nunca será tarde para fazer qualquer coisa, e por isto podemos dizer que "Temos todo o tempo do mundo...".



Já o filme 2 Coelhos afirma que é a morte quem dá um valor especial ao tempo e também à própria vida. A ideia sugerida é que se o nosso tempo na terra fosse indeterminado, a própria vida perderia o sentido, pois é a morte que canaliza nossos esforços em fazer de nossa curta estadia aqui algo minimamente memorável.  A morte seria o agente mais poderoso da natureza, que leva o velho e abre espaço para o novo, onde só existe a vida porque existe a morte.

"És precária e veloz, Felicidade.
Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
Foste tu que ensinaste aos homens que havia tempo,
e, para te medir, se inventaram as horas."
Epigrama n. 2 - Cecília Meireles

Links:

Tribo amazônica não tem noção de tempo
Teoria da Relatividade
Tempo
2 coelhos

Nenhum comentário:

Postar um comentário