quinta-feira, 31 de maio de 2012

Serendipity

"O sucesso nunca é um acidente. Ele geralmente começa na imaginação, vira um sonho, uma meta a ser perseguida e se transforma num plano de ação - que acaba encontrando uma oportunidade. Não pare no meio do caminho." aconselha Dan Miller em seu livro Segunda-feira nunca mais! (Ver Johnny Cash) Porém, às vezes, trabalhamos com tanto afinco em nossas metas e mesmo assim não saímos do lugar. Parece que o tempo foge de nossos dedos e, independente de toda a nossa dedicação, não conseguimos evoluir, o que nos deixa terrivelmente frustrados.

Por mais que o melhor caminho para alcançar objetivos não seja ficar parado, há momentos em que não  adianta tentar apressar as coisas e  por maior que seja a ansiedade, temos que permitir que tudo ocorra ao seu tempo.

Por que?

Enquanto para alguns casos a solução pode ser se isolar do mundo para encontrar a resposta desejada, para outros a resposta simplesmente pode chegar até você de um modo inesperado, de onde você menos esperaria. E a história da ciência está repleta de casos de descobertas afortunadas feitas, aparentemente, por acaso, o que é conhecido com serendipismo .

O Serendipismo é um anglicismo que se origina da palavra inglesa Serendipity, criada pelo escritor britânico Horace Walpole em 1754, a partir do conto persa infantil Os três príncipes de Serendip. Esta história de Walpole conta as aventuras de três príncipes do Ceilão, que viviam fazendo descobertas inesperadas, cujos resultados eles não estavam procurando realmente.

Alguns casos famosos

O químico alemão August Kekulé (1829-1896) durante uma noite do ano de 1865, após uma década pesquisando as ligações de moléculas de carbono, adormeceu defronte a lareira sonhando com uma cobra que mordia o próprio rabo, a visão serviu de base para a apreensão da estrutura molecular do hidrocarboneto benzeno. O sonho e a visão serviriam de base não só para o entendimento de como os átomos do anel benzênico se ligavam entre si como de princípio básico da química orgânica e do entendimento das estruturas em anéis, treliças e cadeias formadas pelo carbono.

Ao se preparar para entrar em férias por duas semanas, Alexander Fleming inoculou estafilococos em uma bandeja e, ao invés de colocá-la na incubadora, como normalmente fazia, resolveu deixá-la sobre a bancada. No andar de baixo do laboratório de Fleming trabalhava um perito em bolores que cultivava, entre outros, os esporos de um fungo desconhecido, o Penicillium notatum. Imagina-se que os esporos, muito leves, tenham sido levados pelo vento e estavam flutuando em grande quantidade no ar do laboratório de Fleming, cuja porta sempre ficava aberta. Retornando das férias, e encontrando o laboratório em grande desordem, Fleming começou a fazer uma limpeza geral. Repentinamente, uma das bandejas de estafilococos que estava prestes a ser desinfetada chamou-lhe a atenção. A placa apresentava uma larga zona clara totalmente desprovida de estafilococos, justamente a parte que estava cercada pelo mofo Penicillium. Fleming havia descoberto a penicilina, primeira droga capaz de curar inúmeras infecções bacterianas.

No entanto, vale ressaltar que, em além de não podermos depender exclusivamente da sorte, ainda precisamos nos manter preparados para caso ela ocorra, pois segundo, Louis Pasteur, "O acaso só favorece a mente preparada".

Links:
Accidental discoveries

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