quinta-feira, 24 de maio de 2012

Obras de ficção, são má influência?


Obras de ficção, como livros e filmes podem ser prejudiciais por inspirar desejos que não podemos realizar?

Segundo artigo "Os romances prejudicam a vida amorosa das mulheres?" publicado na Revista Época (baseado em um artigo publicado na Journal of Family Planning and Reproductive Health Care), a leitura de romances água com açúcar – como os escritos pelas autoras Meg Cabot, por exemplo – pode gerar problemas de relacionamento, criar expectativas irreais sobre sexo e levar a relações sexuais sem camisinha e a gravidez indesejada.

Admito que obras de ficção já me inspiraram esperanças irreais com relação a vida e ao amor, mas "levar a relações sexuais sem camisinha e a gravidez indesejada." soa um pouco exagerado, não? Digamos que "esquecer da camisinha em nome do romance", conforme mencionado no artigo, tem muito mais a ver com falta de informação e discernimento do que com a leitura de romances.

Porém, como eu adoro contos de fadas, livros, filmes, seriados fantasiosos e sou uma defensora de realidades idealizadas: amores perfeitos, recompensa aos bons e punição aos maus e assim por diante, justamente por isto sou um exemplo vivo de como você pode acabar frustado por ter expectativas elevadas demais. Matar aula nunca foi tão memorável como em Curtindo a vida adoidado e como aos treze anos o meu romance ideal era o de Jack e Rose do Titanic é fácil de imaginar o quanto minha uma vida amorosa foi decepcionante durante a adolescência. Sem mencionar que a profissão perfeita para mim deveria ser algo entre arqueóloga (no estilo Indiana Jones) e caçadora de fantasmas (como em Supernatural).

Mas discernir entre a realidade e idealização faz parte do crescimento (apesar de secretamente eu ainda sonhar em vagar pelo mundo investigando mistérios arqueológicos e/ou sobrenaturais ), e na minha opinião, este processo começa na infância com descobertas como a de que não existe Papai Noel. E como adultos, nada mais justo que escolher acreditar numa doce mentira a uma verdade amarga (frase do mangá Rurouni Kenshin  criada por Nobuhiro Watsuki).

Papai Noel não existe, mas eu não sei ler, então está ok. 


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