No entanto, contrária a teoria de Beauvoir, conforme estudo
realizado pela Universidade de Yale e divulgado pelo jornal "Daily Mail”, a
mesma atitude julgada como negativa para uma mulher, quando realizada por um
homem pode ser interpretada como positiva. De acordo com os pesquisadores, as
profissionais que falam muito (característica tida como feminina) são vistas
como menos competentes, enquanto no caso dos homens, a situação é contrária, quanto
mais eles falarem e expressarem a sua opinião, melhor para a sua imagem
profissional.
Segundo a professora universitária, Victoria Brescoll, “As
mulheres muito falantes são consideradas autoritárias e arrogantes. Enquanto quando
os homens falam muito, as pessoas querem recompensá-los.” Situação que eu
acredito ocorrer devido às definições impostas pela sociedade de que o papel
feminino é ser sutil e delicada, enquanto homens devem ser agressivos e
dominadores.
Segundo Beauvoir, as mulheres devem se libertar tanto da
idéia de que devem ser como os homens quanto da passividade que a sociedade
lhes atribui. Viver uma existência verdadeiramente autêntica traz mais riscos
do que aceitar um papel já imposto, porém é o único caminho para a igualdade e
liberdade (Ver De quem é a culpa? e Você acredita em Destino?).
Ainda hoje os vários papéis definidos para as mulheres (mãe,
esposa, virgem...) as aprisionam – como exemplo temos as cobranças da sociedade
que estipula que uma mulher deve necessariamente se casar e ter filhos para ter
uma existência completa, o que não acontece com os homens que podem escolher
formar ou não uma família – e lhe recusam escolher e definir por si mesmas o seu “eu.”
Por fim, o que Beauvoir pregava era que apesar de
diferentes, homens e mulheres devem ter as mesmas possibilidades de
manifestação de interesses, desejos e idéias. E uma equivalência de direitos sem a imposição
de um modo de ser e pensar.
Fonte: O Livro da Filosofia - Editora Globo
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