sexta-feira, 8 de junho de 2012

Você acredita em Destino?

Jean-Paul Sartre não acreditava.  Sua teoria da natureza humana afirma que somos seres compelidos a determinar um propósito para nossas vidas. Ou seja, enquanto uma pedra é só uma pedra e um rato é simplesmente um rato, os seres humanos têm a capacidade de formar a si mesmos.

Supernatural  - Team Free Will

Assim sendo, o que nos difere de todos os outros seres do mundo é que podemos nos tornar aquilo que escolhermos, embora tenhamos que aceitar algumas limitações (nenhuma vontade fará com que tenhamos asas, por exemplo). Mas mesmo dentro do âmbito das escolhas realistas com freqüência tomamos decisões baseadas no hábito ou visão habitual que temos de nós mesmos.

Sartre sugeriu que nos libertemos das maneiras habituais de pensar e encaremos as implicações de viver num mundo em que nada é predeterminado. E com isto, encaremos as escolhas em nossas ações. Quando alguém decide se tornar um filósofo, por exemplo, implicitamente está afirmando que ser filósofo é uma atividade importante. De modo, que cada um é responsável pelo impacto de sua vida sobre toda a humanidade. Sem desculpas que nos eximam das escolhas feitas (ou seja, caso você inicie o Apocalipse, não adiantar culpar a Ruby por ter lhe influenciado).

Então, ao assumir a responsabilidade pelo impacto de nossas ações sobre os outros, precisamos também escolher o modo como moldamos o mundo e nós mesmos.  Sartre diz que “Primeiramente, o homem existe, se descobre, surge no mundo e só depois se define”, o que seguindo o raciocínio de Kant (Ver De quem é a culpa?), significa que somente após esta auto-definição, uma pessoa pode se julgar livre ou na maioridade.

 “Quanto aos homens, não é o que eles são que me interessa, mas o que eles podem se tornar” afirmou o filósofo, na mais libertadora de suas idéias, indicando que você pode recomeçar sempre independente de o que você tenha feito ou quem tenha sido até o momento, afinal o que importa mesmo é o que você pretende fazer daqui para frente e quem você deseja ser.

Fonte: O Livro da Filosofia - Editora Globo

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