domingo, 3 de junho de 2012

A verdade está lá fora

Segundo Aristóteles, todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer e só encontramos a verdade a partir das evidências no mundo a nossa volta (ou seja, a verdade está lá fora! haha). Quando nascemos nossas mentes são como folhas em branco e quaisquer ideia que alcançamos só podem ser recebidas por meio dos nossos sentidos.
Assim ao nascer não podemos ter noção de certo ou errado, no entanto, quando encontramos exemplos de justiça ao longo de nossas vidas, aprendemos a reconhecer as qualidades que tais exemplos têm em comum. E a única maneira com a qual podemos vir a conhecer a ideia de justiça é observando como ela se manifesta no mundo a nossa volta.

Aristóteles desenvolveu uma completa classificação dos seres vivos e enquanto classificava o mundo natural percebeu que a “forma” de uma criatura não se limita a características físicas, mas inclui uma questão acerca do que essa criatura faz e como ela se comporta – o que para ele, tinha implicações éticas.

Para Aristóteles, tudo no mundo era explicado por quatro causas responsáveis pela existência de algo:

Causa material

De que algo é feito.

Causa formal

Disposição ou forma de algo.

Causa eficaz
Como algo é levado a existir.

Causa final
Finalidade de algo, que se relaciona a ética.

Deste modo, conhecer a finalidade de alguma coisa implica saber o que é uma versão boa ou má desta coisa.
Assim sendo, uma vida “de bem” é, portanto, uma vida na qual cumprimos nosso objetivo ou usamos ao máximo todas as características que nos tornam humanos. Uma pessoa pode ser considerada “boa” ou “virtuosa” se usa toda a sua as características com as quais nasceu, e só pode ser feliz ao usar toda a sua capacidade na busca da virtude, que para Aristóteles seria a forma mais elevada da sabedoria.

Para Aristóteles cada pessoa é um meio de equilíbrio entre dois extremos viciosos, um excessivo e outro deficitário, como um ponto entre a autoindulgência e a indiferença aos prazeres da carne ou algo entre a caridade indiscriminada e a mesquinhez. O indivíduo virtuoso não pode ser estúpido ou ingênuo, pois deve guiar suas conduta pela razão, sem agir conforme ditames de religião que estes não lhe pareçam corretos.

Aristóteles definiu algumas das 'virtudes de caráter', porém segundo ele nenhuma delas surge naturalmente, elas  são adquiridas pela força do hábito, ou seja, tornamo-nos justos comentendo ações justas.
Seguem as virtudes e os tipos de caráter (exceto os extremos Superhumano e bestial) de segundo Aristóteles:



Tipos de caráter

Ações, decisões e desejos.
Virtuoso

Harmonia entre ação correta e desejo continente.
Continente

Ação correta, contrária ao desejo.
Incontinente
Decisão certa, vontade fraca.
Vicioso
Decisão viciosa e desejo cooperam.
Virtudes
Bravura
Temperança
Generosidade
Orgulho adequado
Moderação
Amabilidade
Honestidade
Perspicácia
Modéstia
Fonte:
O Livro da Filosofia - Editora Globo

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