quarta-feira, 27 de junho de 2012

Largadas e linhas de chegada



Ao pensar sobre a frase "Não há comerçar ou parar - só fazer" do filme Peaceful Warrior (Ver Não há começar, ou parar - só fazer) percebi o quanto sou condicionada a esperar por largadas e linhas de chegada. Sinto que estou sempre esperando por um sinal, esperando que algo aconteça para só então eu começar a agir. E aparentemente não sou a única: quem nunca planejou iniciar um regime na segunda-feira ou deixou alguma tarefa (referente ao trabalho ou estudos) para a última hora?

Além disto, para que eu inicie a jornada, preciso ter uma rota perfeitamente definida e um local exato onde quero chegar, os quais, é claro, já foram pré-definidos para mim por outras pessoas. Com este pensamento, busco garantias de que se eu executar determinado passo irei obrigatoriamente alcançar o próximo, atropelando ou ignorando qualquer obstáculo ou desvio que eu encontre: se eu cursar uma boa universidade, vou conseguir um cargo interessante numa empresa importante; se eu trabalhar mais de 8 horas por dia e mais de 5 dias por semana, vou ser promovido a uma posição gerencial e assim por diante, ou algo do gênero. Sempre tendo em mente uma cadeia linear de causa e efeito. Novamente, a quantidade de livros sobre empreendedorismo e auto-ajuda disponíveis no mercado sugere que não sou só eu que gostaria de um guia detalhado (no estilo 'receita de bolo') para alcançar o sucesso e a felicidade.

Segundo Os poderes secretos do tempo (Ver Você é orientado para o futuro) uma das funções do colégio é nos tornar criaturas orientadas para o futuro, porém aparentemente alguma coisa neste plano não tem funcionado muito bem e a escola tem, acidentalmente, nos ensinado a procurar por respostas prontas (copiadas ou decoradas de algum lugar: livro, internet, colega ao lado) e a realizar tarefas apenas no momento solicitado, nem antes e nem depois.

Temos, então, que buscar nosso próprio caminho, ou seja, definir por nós mesmos os nossos degraus e não apenas aceitar uma escada que nos seja oferecida como um dogma milagroso e imutável. Mas como fazer isto?

Como solução, não precisamos necessariamente atirar os livros e o emprego para cima e passar dias embaixo de uma árvore filosofando, talvez o melhor modo de traçar nossa própria rota seja conhecer várias linhas de raciocício diferentes (e opostas se possível) e entender que nunca há somente uma resposta, e que causa e efeito tendem a ser mais cíclicos e interdependentes do que lineares. E principalmente: nem todos os obstáculos devem ser vencidos, alguns podem ser contornados e outros podem obrigá-lo a mudar seu trajeto, mas isto nem sempre é algo ruim.

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